Cap. 001 – O “melhor“ material didático

Meu mestrado durou 3 anos (☆2014 – 十2017), mas como eu creio em reencarnação, acho que ele já vinha de algum lugar inquieto do passado e consequemente também acho que irá continuar a trilhar o seu longo caminho mesmo após sua tímida e fugaz passagem pelo mundo hipermoderno. Esta é uma série de artigos que deseja expandir e eternizar o seu debate sobre o processo de ensino-aprendizagem.

Quando comecei a fazer o mestrado em língua japonesa, meu objetivo era fazer um levantamento dos materiais didáticos existentes de língua japonesa e descobrir o que era mais eficiente para o aprendizado da língua. Eu queria muito desenvolver um material didático “bom“, que ajudasse principalmente os professores, porque eu tinha muito (mas muuuuuito trabalho) para produzir um material minimamente adaptado à realidade dos estudantes e nem sempre obtia um resultado satisfatório… Se conseguisse produzir algo prático, poderia compartilhar com outros colegas na mesma situação porque convenhamos: compartilhar é muito mais eficiente do que competir e tocar a vida por si só já dá um trabalho danado…

Eu desejava produzir um material definitivo (o “melhor material didático“! – quanta pretensão…), voltado para interessados em aprender a língua japonesa. Logo, esse objetivo se provou “um pouco“ megalomaníaco e eu precisei rever os meus objetivos, a começar pelos conceitos básicos do que eu estava estudando. O que seria um bom material didático? Aquele que facilita a aprendizagem ou aquele que facilita o ensino? Eu parei para me perguntar sobre isso lendo artigos de pesquisadores ingleses que ora mencionavam “materiais de ensino“, ora “materiais de aprendizagem“. São pontos de vista bastante diferentes.

Se o foco é o ENSINO, assume-se que é preciso um intermediário (professor) para transmitir com eficiência o conteúdo apresentado. Mas se o foco é a APRENDIZAGEM, pode-se assumir que o estudante tem a capacidade de interpretar e absorver sozinho o conteúdo oferecido pelo material. Existe então toda uma “idealização“ do papel do professor e do aluno nesse processo de ensinar e aprender que está explícito (escrito em letras garrafais) ou implícito (escondido nas entrelinhas) nos materiais didáticos.

Quando adotamos a forma de organização de um material (ordem dos capítulos, sequência das atividades, vocabulário a ser memorizado, tempo de estudo etc) estamos adotando um MÉTODO, que não é nada mais que um “conjunto de procedimentos adotado para se obter um resultado esperado“. Voltando à minha ideia inicial de “melhor“, eu estava perseguindo o “melhor material didático“ (explicitamente) e ao mesmo tempo o “melhor método“ (implicitamente) sem saber que isso era um filme rodado, refilmado, reeditado, redublado e sem sucesso.

A novela continua em uma semana. Até lá, uma ótma semana para todos!

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